terça-feira, 9 de abril de 2013

CANÇÃO DO EXÍLIO



Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em  cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá. 
 
De Primeiros cantos (1847)
 
 
Essa poesia foi retirada do site http://www.horizonte.unam.mx/brasil/gdias.html

Romantismo no Brasil

Por volta de 1822, surge no Brasil um forte movimento nacionalista, impulsionado pela independência do nosso país. Juntamente com esse nacionalismo, surge a busca do passado histórico, a exaltação a natureza da pátria, características já existentes na Europa que muito bem se encaixaram no Brasil.
Tendo como marco a publicação de "Suspiros Poéticos e Saudades" de Gonçalves de Magalhães, o Romantismo se instaura de vez em nosso país, com fortes características como a valorização dos sentimentos, o nacionalismo, a criação do herói nacional ( que no caso do Brasil é o índio), o subjetivismo e o individuaismo como caracteristícas mais marcantes.
É importante ressaltar que  "ao final do Romantismo brasileiro, a partir de 1860, as transformações econômicas, políticas e sociais levam a uma literatura mais próxima da realidade; a poesia reflete as grandes agitações, como a luta abolicionista, a Guerra do Paraguai, o ideal de República. É a decadência do regime monárquico e o aparecimento da poesia social  de Castro Alves. No fundo, uma transição para o realismo."
O Romantismo brasileiro se divide em três gerações: a primeira é chamada de nacionalista ou indianista, onde podemos destacar Gonçalves Dias e sua "Canção do Exílio", onde percebemos essa exaltação a natureza já falada.
A segunda geração é chamada de "mal do século", influênciada pela poesia de Lord Byron. É  "impregnada de egocentrismo, negativismo boêmio, pessimismo, dúvida, desilusão adolescente e tédio constante." Seus principais autores são Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu.
A terceira geração é chamada de condoreira e é caracterizada pela poesia de ordem social e libertária. Tem como principal representante, Castro Alves. 

Esse texto teve como base os sites:

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